sexta-feira, 23 de março de 2012

Algumas pérolas da Culinária Gaúcha

CAPELETTI IN BRODO

É tradição no Rio Grande do Sul as galeterias servirem como entrada capeletti. Nossa sugestão hoje é um típico capeletti in brodo.

Ingredientes: 3 litros de água; 1 peito de frango sem pele; 1 colher (sopa) de sal; 1 cenoura ralada; 500g de capeletti; 1 cubo de caldo de galinha; 1 pitada de noz-moscada; 1/2 de xícara (chá) de salsa e cebolinha picadas; e sal a gosto.

Modo de Fazer: Ferva a água e acrescente o peito de frango, o sal, a cenoura e deixe cozinhar durante 1 hora. Retire o peito de frango e reserve. Junte o capeletti e acrescente o caldo de galinha. Tampe a panela e deixe ferver por 10 minutos, caso prefira o capeletti al dente. Se quiser a massa mais mole, cozinhe mais alguns minutos. Adione a noz-moscada. Desfie o peito de frango e adicione à sopa, junto com a salsa e a cebolinha. Acerte o sal e sirva.

GALETO AL PRIMO CANTO



O Galeto ao Primo Canto é um prato tradicional da culinária gaúcha. Chega a ser considerado um dos três principais prato do Rio Grande do Sul, juntamente com o arroz de carreteiro e o churrasco. O prato teve origem na região de Caxias do Sul e sua receita provem da Itália. O primeiro restaurante a comercializar este prato foi a Galeteria Peccini, fundada em fevereiro de 1931 em função da primeira Festa da Uva. Desde então, diversos restaurantes, denominados de galeterias obtiveram êxito e se espalharam pelo estado do Rio Grande do Sul. O frango jovem (aproximadamente 25 dias) é assado sobre a brasa e comumente servido em uma farta mesa com polenta frita, salada de radiche e espaguete. Acredita-se que a origem deste prato remonta aos hábitos alimentares do colonizadores, que costumavam preparar passarinhadas nos dias de festa. Com a proibição da caça aos passarinhos, o galeto foi adotado. Em Porto Alegre foi iniciado por um ex-lutador de luta-livre, o Marreta (galeto do Marreta); já Don Nicola iniciou com um frango prensado famoso na rua 24 de outubro, que teve a visita de Ieda Maria Vargas engalanada em trajes de miss universo.

IGREDIENTES:
06 galetos (quem comercializa esse produto é a Sadia), 01 garrafa de vinho branco seco, 01 garrafa de cerveja, 01 taça de vinagre de maça, 04 cebolas médias cortadas em rodelas, 01 pimentão verde cortado em tiras, 05 tomates cortados em rodelas, 05 dentes de alhos (só cortados), 01 maço de cheiro verde (cebolinha, salsa, manjerona, sálvia, tomilho e alecrim), bacon e sal a gosto.

MODO DE PREPARO
De véspera, limpe os galetos, corte-os ao meio ou pelas juntas e coloque-os em uma tigela com todos os ingredientes. Caso o líquido do vinho, cerveja e vinagre não der para cobrí-los, complete com água para que fiquem embebecidos no liquido. Cubra com papel-alumínio e deixe na geladeira, para tomar gosto.
No dia seguinte, ascenda a churrasqueira ou a grelha. A opção pela churrasqueira pode ser utilizado os galetos cortados ao meio ou pela junta e de preferência, entre os cortados pela junta, espetar entre eles uma fatia de bacon. Quem optar pela grelha, a melhor pedida é usar somente os galetos cortados pelo meio porque o outro resseca.




Nas galeterias eles são servidos em uma bandeja com carvão, como a demonstrada por uma das mais tradicionais do centro do Estado (Galeteria Vera Cruz, em Santa Maria).

ARROZ DE CHINA POBRE



O arroz mais famoso dos pampas gaúcho é o carreteiro, mas tem outro que não é pra menos dentro da culinária tradicional do Rio Grande: É Arroz de China Pobre.
A história não tem relato de sua origem. É possível entender a partir de sua denominação: China é uma denominação mais educada que o gaúcho dá para prostitutas, raparigas ou mulheres da vida, e pobre, bom... não precisa dizer. Contam os antigos que na revolução farroupilha as chinas não tinham muito para servir aos clientes e, então, o prato mais comum entre elas, pela escassez de recursos, era esse arroz que acabou sendo denominado como o arroz das chinas pobres. Deixando de lado esse detalhe, podem ter certeza que é uma especiaria e vale apena experimentar.

INGREDIENTES:
200g arroz, 400g lingüiça, 1 cebola média picada, 1 dente de alho, cheiro verde (salsa, tomilho e cebolinha)
PREPARO: Aquecer uma panela de ferro com banha de porco ou óleo e fritar a cebola, o alho, e a lingüiça cortada em pedaços pequenos. Quando dourar acrescentar o arroz. Fritar mais um pouco, cobrir com água (quente), pôr um pouco de sal e cozinhar com a tampa fechada até reduzir a água e o arroz ficar pronto. Por fim, acrescente o cheiro verde.

GRELHADO NO DISCO



Na década dos anos 80, na longínqua São Borja, minha terra natal, um amigo deu início a uma tradição de boteco e hoje virou febre em todo o Estado: grelhado no disco. São Borja, para àqueles que não a conhecem, é considerada a capital do arroz. Entre os equipamentos da produção desse alimento está o “arado de disco” que serve para revirar a terra e receber a semente para nova safra. Essa máquina tem um desgaste muito grande da navalha e por isso o descarte do disco é muito frequente, o que fez aquele amigo ter a ideia de utilizá-lo na culinária. Após sua limpeza, ele é usado como uma frigideira na brasa para grelhar as carnes e vai à mesa num suporte próprio. O prato favorito nesse tipo de grelha é a picanha, que vai acompanhada de uma recheada porção de batata ou mandioca frita e mussarela ralada, além, é claro, de uma boa cerveja ou chope.

CUCA



O café colonial ou chá inglês (das 5h) da gauchada tem como principal prato a cuca, pão de origem alemã, feito de frutas e com cobertura doce (farofa) e muito apreciado em todo o Sul do Brasil, mas no Rio Grande tem mais tradição.
As donas de casas e vovós internautas de plantão essa é uma bela pedida dos nossos pampas.

INGREDIENTES: 1/2 kg de farinha de trigo; 5 colheres (sopa) de leite em pó (50g); 1 colheres (sopa) de fermento seco para pão(11g); 1 colher (chá) de sal (1g); 1/2 xícara (chá) de açúcar refinado (100g); ½ de margarina (100g); 2 ovos; 1 1/2 xícaras (chá) de água (300ml) mais ou menos.

MODO DE PREPARO: 1 – Misture todos os ingredientes secos muito bem. 2 - Junte a margarina e os ovos e vá adicionando a água aos poucos, sovando sempre até que fique uma massa bem macia. 3 - Deixe descansar por 15 minutos. Abra a massa com um rolo e espalhe em assadeira untada com um garfo fure bem toda a massa e cubra com as frutas. 4 - Deixe fermentar por 20 minutos. Espalhe a farofa e leve a assar em forno médio 150ºC, por 25minutos em média.
RECHEIO: A opção é do(a) apreciador(a), que pode ser Uva, Abacaxi, Goiaba, Manga, Banana ou Pera. A mais apreciada no Rio Grande do Sul é de Uva em face da colônia alemã da Serra unir seus costumes as vinhas.